quarta-feira, 22 de abril de 2009

Aquarela.


E eu estava achando difícil não olhar demais nos olhos dela. Eram do tom de castanho que parecia engolir qualquer coisa que mirassem - brilhantes, profundos e perseguidores. Mais que refletir a luz, eles pareciam brilhar como se iluminados por sua própria fonte. Nenhum homem ou mulher podia olhar teus olhos e não pensar que havia de fato um Deus no céu. Olhando para ela, eu me perguntava como tinha sobrevivido pelos últimos dois anos.
Ela deu um passo à frente. - Me dê um abraço, meu cavaleiro.
Eu ri ao ouvir a referencia de infância, e a abracei com força. - É tão bom ver você.
Ela ficou nas pontas dos pés e beijou minha bochecha. A não ser por aquele único doce beijo quando tínhamos 11 anos. Ela sempre havia sido a donzela em perigo, e eu o cavaleiro na armadura reluzente, embora ambos soubessemos que era ela quem havia me resgatado afinal.

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