sexta-feira, 24 de abril de 2009

III - Noite no Castelo

III -

A caminho do banheiro, instintivamente, mudei de idéia. Porque não sentar-me em sua mesa? 3 segundos depois eu me dirigira a encontro dela, ou delas, se assim vocês quiserem. Elas perceptivelmente já estavam a minha espera. Franzi um pouco a testa, passei a mão em meus cabelos, frisei o seu olhar no meu e me aproximei.
Pedi nobremente para sentar-me, enquanto fitavam-me a boca. Apresentei-me, elas também fizeram o mesmo, e então começamos a conversar livremente deixando o ambiente cada vez mais confortável. Tivemos um bom papo sobre musicas, praias, noites, quando muito felizmente elas duas se levantaram para ir ao banheiro, e nos deixaram a sós.
Conversamos coisas sobre o sol, o céu, a terra, a água e o mar. E nada conseguia descrever o quão prazeroso era aquele momento para mim. Cada segundo expressado com um sorriso, cada palavra observada com atenção, cada olhar recebido com malicia.
Eu tentava dominar a todo custo a fera que me escapava aos poucos. O que estranhamente parecia a deixar mais audaciosa e a conseqüentemente deixara a conversa bem mais interessante.
Enquanto conversávamos nossas mãos se tocavam, nossos olhares se cruzavam com a lua e o sol. Eu, ousadamente, acariciava os seus doces cabelos - a mais pura seda, o mais puro cacho. Não tinha como negar. Meu coração acelerava cada vez mais, a pressão de meus batimentos levavam meu sangue para meu coração, que espalhava com paixão as doces gotas de libido. A altura agradável do som as vezes incomodava um pouco, o que tornou ainda mais interessante a conversa. Nós conversávamos ainda mais perto, um do outro. Sua respiração filtrava toda a malicia contida naquele ambiente, seus olhos me faziam jamais pensar em hesitar. Quanto mais a conversa fluía, nossas bochechas se tocavam, e eu sentia firmemente sua respiração ofegante em meu corpo.
As musicas continuavam a tocar, e quando ao som de Linger - The cranberries, uma brusca freada e o forte estrondo de algo similar a uma batida de carro. No mesmo segundo a banda parou de tocar, as pessoas se assustaram instintivamente e as luzes do local se apagaram.

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