segunda-feira, 30 de março de 2009

I - Por um fio.


Kevin abriu a tranca. Ele empurrou a porta. Ela entreabriu com um rangido.
Escuro. Embolado. Kevin prendeu a respiração e abriu o resto da porta.
Seus ossos tremeram da cabeça aos pés. Era real. Aquilo era mesmo sangue, espalhado no chão inteiro. Estava seco e coagulado, mas exatamente onde ele lembrava que deveria estar. Ele empurrou a porta de novo, para garantir que não havia ninguém atrás dele. Ele estava sozinho.
Kevin entrou na câmara vazia. Uma bandana estava jogada num canto. A bandana do garoto. Ele com certeza tinha trancado o menino naquele porão, e não havia outra saída visível. Isso significava que uma de duas coisas tinha acontecido. Ou o menino tinha morrido aqui e alguém encontrara o corpo, ou alguém havia achado o menino antes dele morrer.

domingo, 8 de março de 2009

Entrevistada da semana - Lina Waimea.


Promoção de atitudes ambientais favoráveis através de debates de dilemas ecológicos.



Lina Waimea, Natal RN, Ex-estudante de Ecologia da UFRN, participa de atividades Nipo-culturais junto a Associação Cultura Nipo-Brasileira do RN. Ex- estudante de piano clássico. Tem interesses em questões ambientais, filosóficas e também em Religiões Orientais. Atualmente Cursa Turismo na UFRN, fala inglês fluentemente e cursa alemão na Cultura Alemã de Natal.
- Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=fpp&uid=15128754394408070247.

1. Você costuma pensar sobre a natureza e o meio ambiente? O que é que você pensa?

Sim, obviamente! Sendo um ser que atua ativamente em sua degradação como qualquer ser humano. Pois produzimos lixo todos os dias. O que penso varia com a ocasião e o local, mas geralmente são questões que lidam com ética e consciência ecológica.

2. Você faz algo para ajudar o meio ambiente? Que tipo de coisa você faz e como faz isso?

A conservação do meio ambiente começa em casa. Na minha família todos separamos o lixo corretamente. Já é um passo importante, pois a reciclagem e reutilização são alicerces de uma produção mais limpa. Costumo entrar em sites como o do Greenpeace pra ficar atualizada nas notícias e de atividades que possam ser colaboradas via internet, como abaixo assinado. Também indico o "Click Árvore", um sistema no qual você planta uma árvore com apenas um clique e ajuda a recuperar a mata atlântica, veja como em: http://www.clickarvore.com.br/index.php?page=conteudo&sec=click_oque&cont=1

3. O que você pensa sobre a questão da Amazônia e sua preservação ou desmatamento?

A questão da Amazônia é um problema de todos nós cidadãos brasileiros, que devemos estar atentos, pois é um patrimônio riquíssimo. Denunciar sem medo esse tipo de acontecimento e mobilizar, tentar conscientizar e sensibilizar os próximos também faz parte. A Amazônia envolve mais que problemas de desmatamento, mas, também abrange sérios problemas como biopirataria e tráfico de animais silvestres.

4. O que você pensa sobre a questão da poluição industrial?

Existem métodos mais limpos de produção, o grande problema é implantá-los nas empresas, pois custam caro e conscientizar os empresários é uma tarefa árdua. Mas, uma empresa mais limpa, ou que compensa sua poluição com contribuições alternativas de conservação como projetos ambientais e apoio a comunidade, possui um bom marketing e essa é uma das maneiras de conseguir convencer esses empresários.

5. O que você pensa sobre a utilização da energia nuclear?

A energia nuclear é uma energia limpa de fato, e renovável. Se a segurança for fator primordial sobre essas indústrias é uma boa alternativa a ser seguida. Mas, vale salientar que esses padrões de segurança são muito exigentes... O grande problema da energia nuclear é o lixo atômico mas cada vez mais se pensam em alternativas viáveis para seu encaminhamento mais correto.

6.Você se acha responsável pelos danos à natureza mencionados neste questionário? Por quê?

Sim! Dizer que sou omissa a muitos destes fatos seria uma hipocrisia, pois todos nós agimos diretamente ou indiretamente nesses impactos. Mas, com conscientização e conhecimento podemos viabilizar alternativas para amenizar os mesmos. O importante é não fechar os olhos, e mudar. Lembre-se de que a mudança começa em casa, e se conseguir passar isso adiante a uma pessoa, já é um contribuição. A conservação ambiental é intrinsecamente pessoal, e interior eu diria. A mudança começa dentro de nós mesmo... o que você está esperando?

II - Noite no Castelo

II -

Mal percebi que no canto do estabelecimento existia um palanque, que consiste em uma espécie de mini-palco, feito de madeira com vigas de ferro de aproximadamente 50 centímetros de distancia do chão. Comportava duas caixas de som medianas, um teclado – um pouco antigo, cuja marca famosa não me vem em mente neste momento – um violão preto com detalhes prateados em seu contorno e dois suportes para microfones. Neste exato momento entrou no palco um homem alto, magro, de cabelos cacheados, trajando uma calça jeans comum e uma camisa vermelha de gola rulê e uma mulher negra, cabelos crespos, olhos castanhos e um corpo escultural. Deu-se Inicio ao show.
As luzes cadentes do local diminuíam ainda mais para que se iniciasse o show, mas nada parecia ofuscar o brilho daquele sorriso, o qual me transmitira ainda mais calor. Ela estava sentada com os dois pés fincados no chão, as mãos nos joelhos, olhos penetrantes e imóveis, os cabelos perfeitamente alinhados apesar da mania de passear com os dedos entre eles.
Eu, ofegante pelos olhares penetrantes que ela me lançara, empurrei o banco para trás, lentamente me pus de pé. Enquanto isso eu saboreava outro gole de uísque. Abotoei o ultimo botão de minha camisa, que só havia notado naquele momento que estava desabotoado. Lancei-lhe um doce e perverso olhar, com muito mais do que segundas intenções, junto com um sorriso que brotava às margens de meus lábios. Ela fitava-me também e eu sustentei o olhar, esperando que ela desviasse a cabeça rapidamente. Mas, ao invés disso, ela me fitou com intensidade, como se me sondasse. Segui meu caminho, fui ao banheiro como esperava.

Continua ...

I - Noite no Castelo

I -

Alguns dias atrás me inspirava no mais pleno e alto nível de boemia. Horas passavam comumente a todos nós (Eu e mais alguns comparsas) que dividíamos a mesa de um Bar. Dentre ventres e véus que me inundavam a vista, certo momento enche-me os olhos de tal devaneio. Morena, olhos castanhos levemente carinhosos – Talvez os olhos mais lindos que eu já vira. Cabelos castanhos claros e encaracolados nas pontas. Usava uma calça Jeans anos 80 e uma blusa verde, bem básica. Brincos em forma de anéis espiralados, um colar negro com detalhes dourados realçando o seu decote. Eu jamais esperava ver tal beleza perto de mim, em tal momento, em tal lugar. Segurei firme o copo de uísque, franzi a testa e passei a mão em meus cabelos.
Ela entrara pela porta do Bar, acompanhada de duas amigas. Uma morena com cerca de 1,70m, realmente muito bonita, mas nada me chamara à atenção nela, e pouco menos ainda na moça de cabelos negros que a acompanhava. Desnorteava-me a idéia de tê-la em meus braços. As luzes ofegantes do estabelecimento pareciam se reduzir ao brilho de teus olhos. Ela sentou-se há umas três mesas e duas pessoas de distancia de minha mesa. Copos de uísque foram bebidos, cartas foram dadas, conversas foram jogadas fora. Tentando distrair-me e desviar os meus olhares de teus doces olhos.
Era quase 23h30min, quando percebi que os olhos de suas amigas me fitavam na penumbra. Alguns cochichos saiam de suas bocas. Esperava eu que elas realmente estivessem cochichando o que meus ouvidos queriam ouvir. Um de meus comparsas percebeu a movimentação, e ergueu seu copo de uísque – Acenando para as duas, com um sorriso de lado, enquanto ajeitava a gola de sua camisa. Elas acenaram de volta, erguendo também as suas taças de vinho tinto. E assim parecia que a noite começaria a tomar outro rumo. Já era quase meia noite, quando meus olhos cruzaram-se pelos seus. Algum tipo de eletricidade fez pulsar mais forte o meu coração. Apertei forte o copo de uísque – Ainda cheio, com um pouco de gelo derretendo-se. Dei um sorriso torto, enquanto tomava um gole de um tradicional escocês 12 anos.

Continua ...