sábado, 2 de maio de 2009

Horizontes de Verão.


Cada vez que te encontro, eu me perco em devaneios. Na embarcação que me leva sem destino ao oceano destes dias, em que avistei tantos portos, em que meu diário de bordo é incapaz de saber dizer quanto tempo faz que eu nem sei... Eu nem sei se vou saber mais voltar.

Horizontes de Inverno.


Meu encanto se foi com o vento e partiu-se em pétalas que dançam ao redor de teu farol a implorar pelo apreço de teu olhar quando o orvalho em que minha alma navega não pode mais esconder as lágrimas dos anos que perdemos, mudamos nossos rumos e rasgamos nossas velas pra prosseguir.

Horizontes de Primavera.


Naufrágo com o corpo cansado, na penumbra aguardo a tempestade. Então decida se me atira outra vez em tuas praias, ou se enfim me leva às rochas pra descansar.

Horizontes de Outono.


E é tudo tão covarde, deixar morrer as chances, por medo que barcos de papel não suportem as cargas clandestinas que fingimos não acumular com o tempo.

E é tudo tão impossível até que ateamos fogo nos remos.