domingo, 8 de março de 2009

II - Noite no Castelo

II -

Mal percebi que no canto do estabelecimento existia um palanque, que consiste em uma espécie de mini-palco, feito de madeira com vigas de ferro de aproximadamente 50 centímetros de distancia do chão. Comportava duas caixas de som medianas, um teclado – um pouco antigo, cuja marca famosa não me vem em mente neste momento – um violão preto com detalhes prateados em seu contorno e dois suportes para microfones. Neste exato momento entrou no palco um homem alto, magro, de cabelos cacheados, trajando uma calça jeans comum e uma camisa vermelha de gola rulê e uma mulher negra, cabelos crespos, olhos castanhos e um corpo escultural. Deu-se Inicio ao show.
As luzes cadentes do local diminuíam ainda mais para que se iniciasse o show, mas nada parecia ofuscar o brilho daquele sorriso, o qual me transmitira ainda mais calor. Ela estava sentada com os dois pés fincados no chão, as mãos nos joelhos, olhos penetrantes e imóveis, os cabelos perfeitamente alinhados apesar da mania de passear com os dedos entre eles.
Eu, ofegante pelos olhares penetrantes que ela me lançara, empurrei o banco para trás, lentamente me pus de pé. Enquanto isso eu saboreava outro gole de uísque. Abotoei o ultimo botão de minha camisa, que só havia notado naquele momento que estava desabotoado. Lancei-lhe um doce e perverso olhar, com muito mais do que segundas intenções, junto com um sorriso que brotava às margens de meus lábios. Ela fitava-me também e eu sustentei o olhar, esperando que ela desviasse a cabeça rapidamente. Mas, ao invés disso, ela me fitou com intensidade, como se me sondasse. Segui meu caminho, fui ao banheiro como esperava.

Continua ...

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