segunda-feira, 27 de abril de 2009

Caçador de sonhos.


Sonhando, eu sonhei.
Talvez eu estivesse a duas milhas daqui.

domingo, 26 de abril de 2009

Entre - Sobre; Linhas.


Está ventando aqui fora e posso sentir meu rosto frio, mas isto não representa muita coisa a ponto de me inspirar. Eu poderia até forçar ser depressivo e escrever sobre uma tristeza que não vivo e chamar isso de "profundo". Quem sabe até ir bem mais longe e esquecer onde está minha sinceridade até que isto se torne algo espontâneo, mas não quero ser ironia a toda hora, nem vou fingir que eu sou frio e só consigo agir com a própria razão ou me expressar sempre com a velha fórmula das metáforas para que enxerguem em mim alguém "genial" como Bob e Jim (que nunca disseram nem um pouco sobre mim), pois sei muito bem quem eu sou e espero sempre poder mudar. Sei muito bem quem eu sou...

Dragões em guerra.

Moro num lugar estranho, de valores confusos e deuses viciados.
Onde as crianças morrem por nada e por nada pagam mil pecados.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

III - Noite no Castelo

III -

A caminho do banheiro, instintivamente, mudei de idéia. Porque não sentar-me em sua mesa? 3 segundos depois eu me dirigira a encontro dela, ou delas, se assim vocês quiserem. Elas perceptivelmente já estavam a minha espera. Franzi um pouco a testa, passei a mão em meus cabelos, frisei o seu olhar no meu e me aproximei.
Pedi nobremente para sentar-me, enquanto fitavam-me a boca. Apresentei-me, elas também fizeram o mesmo, e então começamos a conversar livremente deixando o ambiente cada vez mais confortável. Tivemos um bom papo sobre musicas, praias, noites, quando muito felizmente elas duas se levantaram para ir ao banheiro, e nos deixaram a sós.
Conversamos coisas sobre o sol, o céu, a terra, a água e o mar. E nada conseguia descrever o quão prazeroso era aquele momento para mim. Cada segundo expressado com um sorriso, cada palavra observada com atenção, cada olhar recebido com malicia.
Eu tentava dominar a todo custo a fera que me escapava aos poucos. O que estranhamente parecia a deixar mais audaciosa e a conseqüentemente deixara a conversa bem mais interessante.
Enquanto conversávamos nossas mãos se tocavam, nossos olhares se cruzavam com a lua e o sol. Eu, ousadamente, acariciava os seus doces cabelos - a mais pura seda, o mais puro cacho. Não tinha como negar. Meu coração acelerava cada vez mais, a pressão de meus batimentos levavam meu sangue para meu coração, que espalhava com paixão as doces gotas de libido. A altura agradável do som as vezes incomodava um pouco, o que tornou ainda mais interessante a conversa. Nós conversávamos ainda mais perto, um do outro. Sua respiração filtrava toda a malicia contida naquele ambiente, seus olhos me faziam jamais pensar em hesitar. Quanto mais a conversa fluía, nossas bochechas se tocavam, e eu sentia firmemente sua respiração ofegante em meu corpo.
As musicas continuavam a tocar, e quando ao som de Linger - The cranberries, uma brusca freada e o forte estrondo de algo similar a uma batida de carro. No mesmo segundo a banda parou de tocar, as pessoas se assustaram instintivamente e as luzes do local se apagaram.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Aquarela.


E eu estava achando difícil não olhar demais nos olhos dela. Eram do tom de castanho que parecia engolir qualquer coisa que mirassem - brilhantes, profundos e perseguidores. Mais que refletir a luz, eles pareciam brilhar como se iluminados por sua própria fonte. Nenhum homem ou mulher podia olhar teus olhos e não pensar que havia de fato um Deus no céu. Olhando para ela, eu me perguntava como tinha sobrevivido pelos últimos dois anos.
Ela deu um passo à frente. - Me dê um abraço, meu cavaleiro.
Eu ri ao ouvir a referencia de infância, e a abracei com força. - É tão bom ver você.
Ela ficou nas pontas dos pés e beijou minha bochecha. A não ser por aquele único doce beijo quando tínhamos 11 anos. Ela sempre havia sido a donzela em perigo, e eu o cavaleiro na armadura reluzente, embora ambos soubessemos que era ela quem havia me resgatado afinal.

How fast?

How fast can you have your bags packed?
I'm ready to blow this town
Cause one thing, between road signs and street lights, when I shut my eyes to the world outside It's just another thought of you and I.

Save me from myself.

Hands, like secrets, are the hardest thing to keep from you.
Lines and phrases, like knives, your words can cut me through.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Bula.


A receita sem palavras, sem ordens, sem erros.
Sem medo, sem amor, sem saber.
As palavras cortam a escuridão, e a cada segundo marcado em meus olhos, o abismo diminui.
O defeito nem sempre cogita o segredo.
A verdade nunca transpõe a dor.

Interior.


Passa o tempo.
A luz se apaga, os semblantes mudam, as figuras vivem.

Vai e vem, abre e fecha, ação e reação.
No meio de tanto concreto, espalho minhas rosas e corto meus pulsos.
Nada mais parece ser igual. Tudo agora tem vida. Meu sangue desenha imagens, que são pintadas com o aroma das flores. Dá-se vida, dá-se luz.

Descobrir.


Conhecer.
Até que ponto a vida me limita?
Por quantas vezes mais eu vou ter que conseguir?

O sinonimo de tudo que remete a existir.
Saber.
Mais do que palavras, do que intenções, de frases nem sempre feitas, nem sempre coerentes.

O prazer do desconhecido me afaga, me constrói e me derruba. Me enxarca nas águas mais densas, me lava com os prantos mais silenciosos. Porque viver, é descobrir. Seja em você mesmo ou em todas as coisas do mundo.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

II - Por um fio.

A mente de Kevin enumerou as possibilidades. Se ele tivesse sido encontrado vivo, teria sido nas primeiras semanas. O que significava que ele já estaria livre há mais de três meses e não havia contato nada à policia. É claro que, se ele tivesse sido encontrado morto, não poderia contar nada. De qualquer modo, ele provavelmente tinha sumido de vez. Quem sabe ainda estava vivo, mas não estava mais lá.
Ele saiu estabanado, fechou e trancou a porta, e correu noite adentro, determinado a nunca mais pensar naquele menino. Kevin tinha salvo Sam, não tinha? Sim, tinha! E não tinha sido preso, nem errado. Porque ele tinha feito a coisa certa.
Radiante e coberto de alivio, ele correu direto para casa de Sam, mesmo já tendo passado a hora de ela dormir. Ele levou quinze minutos para acordá-la e convencê-la a pular a janela.